Taxa de Esforço: O Que é e Como Calcular?
Se já pediu algum financiamento, seja um empréstimo pessoal, um crédito habitação ou um cartão de crédito, sabe que é habitual que a entidade financeira lhe peça comprovativos de IRS e recibos de vencimento.
É que é através da análise destes documentos, e de outras informações adicionais, que os bancos calculam a sua taxa de esforço e decidem conceder ou não o financiamento.
Isto porque é graças ao cálculo da taxa de esforço que a instituição financeira avalia o risco do crédito em causa, o que, naturalmente, pode até impactar o seu custo final.
Mas, afinal, como pode calcular esta taxa ou baixá-la e melhorar a sua situação financeira? É o que vamos explicar neste artigo.
O Que é a Taxa de Esforço?
As entidades financeiras têm processos cada vez mais criteriosos no que se refere à aprovação e concessão de créditos.
Como tal, exigem a apresentação de alguns documentos que demonstrem o histórico financeiro dos clientes.
É após uma cuidada análise desses elementos que conseguem avaliar se o empréstimo representa um encargo demasiado elevado para o poder económico do consumidor.
Nesta análise inclui-se o cálculo da taxa de esforço, um indicador importante para a tomada de decisão por parte do banco.
✅ A taxa de esforço é a percentagem do rendimento total do seu agregado familiar que se destina ao pagamento das prestações dos créditos contraídos.
No fundo, é este elemento que confirma se tem ou não rendimentos suficientes para suportar as suas despesas essenciais, como alimentação, eletricidade e água, após o pagamento das mensalidades dos seus financiamentos.
Neste sentido, a taxa de esforço não só é importante para que o banco decida se aprova ou não o crédito, como é também um indicador valioso para que o consumidor saiba se tem condições financeiras para avançar com o pedido.
Por esse motivo, é importante que saiba não só qual a sua taxa de esforço máxima, mas também qual o crédito mais adequado à sua situação.
Como Calcular Taxa de Esforço?
Calcular a taxa de esforço permite-lhe conhecer e avaliar a capacidade do seu agregado familiar para dar resposta aos compromissos financeiros que pretende assumir com eventuais financiamentos.
Felizmente, trata-se de um cálculo simples, que consegue fazer sozinho antes de contactar os bancos ou avançar com o seu pedido de crédito.
Antes de avançar, é importante que perceba que as despesas mensais referentes a encargos com eletricidade, telecomunicações e água, por exemplo, não são contabilizados no cálculo da taxa de esforço.
Posto isto, vamos ao cálculo. E não se preocupe porque a fórmula é simples:
Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100
Os gastos que terá de ter em mente são aqueles que estão associados a prestações mensais de créditos, como é o caso do cartão de crédito ou do crédito para compra de automóvel ou moto.
Para fazer o cálculo, deve ainda considerar como despesas as mensalidades de estabelecimentos de ensino, como creches ou escolas, e a renda da casa, no caso de viver numa habitação arrendada.
Já o rendimento líquido total deve contemplar todos os ganhos do agregado. Assim, incluem-se:
- Salários de empregos full-time ou part-time
- Rendimentos provenientes de trabalho freelance
- Ganhos obtidos através de aplicações financeiras
- Subsídios ou abonos familiares
Para que o cálculo da taxa de esforço seja o mais simples possível, damos-lhe um exemplo.
Analisemos o caso do Rodrigo e da Joana, um casal de 27 anos que, em conjunto, tem um rendimento líquido de 1.800€.
Juntos, estão a pagar um crédito habitação no valor de 400€ mensais, bem como um encargo mensal de 100€ associado a um cartão de crédito. No entanto, gostariam de pedir um crédito para mobiliário e decoração.
Será possível? Calculemos a taxa de esforço.
- Soma dos encargos financeiros mensais: 400 + 100 = 500€
- Rendimento líquido total do agregado: 1.800€
- Taxa de esforço: (500/1.800) x 100 = 27,77%
O casal tem atualmente uma taxa de esforço de cerca de 27,8%, o que se traduz num valor comportável e aceitável face ao rendimento que aufere.
Supondo, por exemplo, que o objetivo é pedir um crédito para mobiliário e decoração da Credibom no valor de 3.500€, com um prazo de pagamento de 42 meses, qual seria a nova taxa de esforço?
- Mensalidade do novo crédito: 99,95€
- Soma dos encargos financeiros mensais: 400 + 100 + 99,95 = 599,95€
- Nova taxa de esforço: (599,95/1.800) x 100 = 33,33%
O casal passaria assim a ter uma taxa de esforço que ronda os 33% recomendados.
Continua a ser possível pedir o crédito, mas é importante perceber que o casal compreenda que já se encontra no limite possível.
Qual a Taxa de Esforço Ideal?
Esta não é uma pergunta de resposta simples. A verdade é que não existe uma taxa de esforço que seja necessariamente ideal para todos os casos.
No fundo, quanto mais baixa for a sua taxa de esforço, então mais equilibrado será o orçamento familiar.
O que, após fazer face aos normais encargos do dia-a-dia, lhe dará espaço de manobra para outro tipo de custos, como despesas inesperadas, pequenos prazeres ou objetivos, e construir uma poupança.
Posto isto, para saber qual a taxa de esforço certa para o seu caso, tem de ter em conta alguns fatores chave que são específicos da sua família.
É o caso da dimensão do agregado familiar e do rendimento mensal disponível.
Isto porque uma taxa de esforço de 40%, por exemplo, não tem o mesmo impacto numa família com um rendimento de 1.500€ e numa família com um rendimento de 4.000€.
Então qual é a taxa de esforço ideal?
❗De uma forma geral, assume-se que a taxa de esforço ideal é aquela que não ultrapassa os 33% do rendimento total do agregado familiar.
Não é, aliás, por acaso que o próprio Banco de Portugal já propôs um limite a esta taxa na concessão de créditos por parte dos bancos.
Ao calcular a sua taxa de esforço e avançar com um pedido de empréstimo tem de ter em conta que vai assumir um compromisso financeiro. É importante que se previna.
Se ficar desempregado, por exemplo, poderá ter dificuldade em pagar a prestação mensal. Por isso, deve ter uma margem orçamental que lhe permita dar resposta a este tipo de eventualidades.
Calcular a sua taxa de esforço e saber qual o financiamento mais adequado ao seu caso é, por isso, crucial. Pode contar com a nossa ajuda para encontrar o crédito adequado à sua situação financeira.
É Possível Reduzir a Taxa de Esforço?
Se calculou a sua taxa de esforço e ela está demasiado elevada então significa que uma grande porção do rendimento está alocado ao pagamento das prestações de financiamentos.
Mas não se preocupe porque existem formas de a melhorar:
- Reavaliar e tentar ajustar o orçamento familiar: enumere as suas despesas mensais e defina quais as que são essenciais e quais podem ser eliminadas ou, pelo menos, reduzidas. Talvez consiga alterar alguns hábitos de consumo.
- Rever contratos de serviços: analise os seus contratos de gás, telecomunicações, eletricidade e outros, de modo a perceber se existem formas de poupar. Compare as ofertas existentes no mercado e, se necessário, contrate a concorrência.
- Tentar baixar os encargos com prestações de empréstimos: deve procurar negociar com a entidade financeira e tentar prolongar o prazo de pagamento ou baixar o spread, por exemplo. Em alternativa, pode amortizar o crédito.
- Aumentar o rendimento mensal familiar: pode procurar um emprego com um salário mais elevado, apostar em trabalhos de freelance ou até rentabilizar um hobby.
- Faça escolhas conscientes: procure não tomar decisões que possam comprometer a sua estabilidade financeira a curto, médio e longo prazo. Por exemplo, há práticas que o próprio Banco de Portugal proíbe, como pedir crédito pessoal para entrada no empréstimo da casa.
Baixar Taxa de Esforço Com Crédito Consolidado
Além das opções acima listadas, existe outra alternativa, talvez menos conhecida, que poderá ajudar a baixar o esforço financeiro.
Falamos do crédito consolidado, que é uma solução de financiamento que permite obter poupanças mensais significativas.
A consolidação permite juntar os seus empréstimos num só, ficar com apenas uma prestação, alargar o prazo de pagamento e reduzir taxas de juro.
Resultado? Os seus encargos mensais acabam por ficar mais reduzidos, o que, naturalmente, contribui para baixar a taxa de esforço.
À luz desta estratégia, pode também avançar com uma consolidação com hipoteca, ou seja, juntar um crédito pessoal ao crédito habitação.
Ora, esta é uma solução especialmente atrativa para quem possui mais do que um financiamento e sente alguma pressão financeira ao tentar suportar todas as prestações.
Caso pretenda baixar taxa de esforço, esta poderá ser uma opção a considerar. Conte com a nossa ajuda para perceber se será ou não a solução mais indicada para si.
Conclusão
A taxa de esforço é um importante elemento aquando de um pedido de crédito, tanto para o banco como para o consumidor. É a percentagem do rendimento total do agregado familiar que se destina a pagar créditos.
É através do cálculo deste indicador que se torna percetível a capacidade de pagamento do empréstimo, bem como o risco que lhe está associado.
Por isso mesmo, idealmente o valor não deve ultrapassar os 33% do rendimento mensal do agregado familiar.
Caso perceba que a sua taxa de esforço é demasiado elevada, saiba que existem formas de a reduzir e equilibrar o orçamento familiar.
Basta reavaliar algumas despesas, procurar renegociar contratos de crédito e de serviços, e tentar aumentar o rendimento mensal com pequenas mudanças.
Quanto mais baixo for este indicador, menos risco tem o crédito, o que aumenta a confiança do banco. Assim, estará apto a avançar com o seu pedido de crédito.
Perguntas Frequentes
A taxa de esforço é a percentagem do rendimento do agregado familiar que se destina ao pagamento de prestações de todos os financiamentos contraídos.
É este elemento que demonstra se tem rendimentos suficientes para suportar as suas despesas essenciais após o pagamento das mensalidades dos seus créditos.
A taxa de esforço é importante para o consumidor saber se tem condições financeiras para avançar com o pedido de crédito e para o banco decidir se aprova ou não este pedido.
Calcular a taxa de esforço é simples. A fórmula que deve usar é a seguinte:
Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100
Os encargos que terá de ter em mente são os gastos com prestações mensais de créditos, mensalidades de estabelecimentos de ensino e a renda da casa (se for alugada).
Já o rendimento líquido total deve contemplar todos os ganhos do agregado, como salários de empregos full-time ou part-time, rendimentos provenientes de trabalho freelance, ganhos de aplicações financeiras e subsídios ou abonos familiares.
A verdade é que não existe uma taxa de esforço que seja necessariamente ideal para todos os casos. Uma taxa de esforço de 40%, por exemplo, não terá o mesmo impacto num agregado com um rendimento de 1.500€ e num agregado com um rendimento de 4.000€.
Naturalmente, e simplificando, quanto mais baixa for a sua taxa de esforço, melhor.
Contudo, de uma forma geral, assume-se que o ideal é que não ultrapasse os 33% do rendimento total do agregado familiar.
Sim, é possível. Para o conseguir, basta reavaliar algumas despesas, de modo a perceber onde pode poupar.
Uma boa ideia será procurar renegociar contratos de serviços e créditos, por exemplo. Adicionalmente, poderá também tentar aumentar o rendimento mensal com pequenas mudanças, como rentabilizar um hobby ou ponderar procurar um emprego com salário superior.